Grupo conseguiu autorização judicial para estudar através do modelo EAD.
Administração penitenciária possui sistema de monitoramento das aulas.
Pela primeira vez em Alagoas quatro presos do regime fechado receberam autorização judicial para fazer cursos de nível superior de dentro da cadeia. Eles cumprem pena no Núcleo Ressocializador da Capital, que tem como princípios o modelo de gestão focado na ressocialização do detento.Em 2014, 37 presos foram aprovados no Sisu e Prouni, mas não receberam autorização da Justiça para darem continuidade aos estudos.Os novos universitários foram aprovados em uma faculdade particular que oferece o modelo de Educação à Distância (EAD), com aulas e atividades realizadas em ambiente virtual com o auxílio da internet. Eles estudam diariamente em uma sala disponibilizada pela administração do presídio, local onde também ocorrem os encontros presenciais com os professores e aplicação das provas.A impressa entrou em contato e entrevistou dois presos que estão cursando administração. Eles não quiseram mostrar o rosto, mas relataram como é estudar no sistema penitenciário e falaram da expectativa para quando conseguirem a liberdadePreste a finalizar o primeiro semestre do curso superior, o presidiário Cícero Lima, de 32 anos, afirma que encontrou no estudo a oportunidade de recomeçar a vida.“Mesmo estando no local onde nos encontramos, nunca é tarde para recomeçar os estudos. Muita gente aqui quer voltar para a família, para a sociedade e desfazer aquela imagem que foi criada quando houve a prisão. Estudar é importante para quando sairmos daqui termos como refazer nossas vidas de uma outra forma”, diz Lima.Em situação semelhante, o também graduando do curso de administração, Thiago Alexandre, relata que encontrou nos estudos uma saída para preencher o tempo dentro da cadeia“É uma oportunidade única para nós e para mudar a visão da sociedade sobre o encarceramento. É um desafio porque estamos fazendo aqui o que não fizemos lá fora. Meu objetivo quando sair daqui é montar algum negócio para trabalhar, e para isso o tempo de estudo aqui vai ajudar”, expõe Alexandre.Os outros dois reeducandos que estão fazendo graduação dentro do sistema penitenciário alagoano são alunos dos curso de história e geografia. Em todos os casos, os presos se submeteram às provas de vestibular que foram aplicadas com autorização judicial dentro da cadeia. Os familiares dos presos são quem pagam a mensalidade da unidade de ensino.Para as aulas, há apenas um computador, que é revezado entre os quatro presos, que têm horários pré-determinados para os estudos. Cada reeducando tem direito a usar o equipamento por apenas uma hora diariamente.
O modelo encontrado pela Diretoria de Educação, Produção e Laborterapia do Sistema Prisional de Alagoas é pontuado como um avanço por gestores, presos e familiares dos presos que estão no regime fechado.Isso porque até o começo de 2015 só era oferecido para os reeducandos cursos de aperfeiçoamentos, técnicos e o de Educação de Jovens e Adultos (EJA).“Este é um avanço que merece ser comemorado, porque antes o preso do regime fechado não tinha como pensar em estudar uma graduação. Por diversos fatores, judiciais e logísticos, muitos que conseguiram pontuação suficiente no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para Pessoa Privada de Liberdade (PPL) não receberam autorização para frequentar os cursos de nível superior nas faculdades”, relata a diretora de Educação, Produção e Laborterapia, Andrea Rodrigues.
Monitoramento e segurança
No entanto, para que o presos tenham acesso ao modelo de educação superior através da internet sem comprometer a segurança do sistema prisional, e considerando o que determina a Justiça quanto à ordem de reclusão dos reeducandos, toda movimentação deles dentro do ambiente virtual é monitorada.“Antes do apenado ter acesso à página da instituição de ensino o computador que é usado por ele é levado para o setor de Tecnologia da Superintendência de Administração Presidiária (SAP), onde são bloqueadas o acesso a todas as páginas que não possuem relação com a faculdade", explica a gerente do Núcleo de Ressocialização, Geórgia Hilário.Geórgia afirma que, além da preparação da máquina, o monitoramento de segurança é realizado constantemente, por meio de relatórios. "Diariamente são emitidos relatórios de acompanhamento dos ambientes de rede que cada um dos apenados acessa".Educaçã,Segundo a assessoria de comunicação da SAP Alagoas, no Brasil, apenas os estados de Alagoas, Pará, Roraima, Paraná e Rio Grande do Norte possuem presos do regime fechado cursando nível superior.Em Alagoas, dos 3.828 presos em regime fechado, segundo o último levantamento do Mapa da População Carcerária, 508 estão vinculados a algum tipo de estudo dentro do sistema prisional.A Diretoria de Educação, Produção e Laborterapia do Sistema Prisional de Alagoas afirma que já há outros presos do estado com interesse em cursos de graduação.
AMAFMG
No entanto, para que o presos tenham acesso ao modelo de educação superior através da internet sem comprometer a segurança do sistema prisional, e considerando o que determina a Justiça quanto à ordem de reclusão dos reeducandos, toda movimentação deles dentro do ambiente virtual é monitorada.“Antes do apenado ter acesso à página da instituição de ensino o computador que é usado por ele é levado para o setor de Tecnologia da Superintendência de Administração Presidiária (SAP), onde são bloqueadas o acesso a todas as páginas que não possuem relação com a faculdade", explica a gerente do Núcleo de Ressocialização, Geórgia Hilário.Geórgia afirma que, além da preparação da máquina, o monitoramento de segurança é realizado constantemente, por meio de relatórios. "Diariamente são emitidos relatórios de acompanhamento dos ambientes de rede que cada um dos apenados acessa".Educaçã,Segundo a assessoria de comunicação da SAP Alagoas, no Brasil, apenas os estados de Alagoas, Pará, Roraima, Paraná e Rio Grande do Norte possuem presos do regime fechado cursando nível superior.Em Alagoas, dos 3.828 presos em regime fechado, segundo o último levantamento do Mapa da População Carcerária, 508 estão vinculados a algum tipo de estudo dentro do sistema prisional.A Diretoria de Educação, Produção e Laborterapia do Sistema Prisional de Alagoas afirma que já há outros presos do estado com interesse em cursos de graduação.
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